segunda-feira, 4 de maio de 2015

Tudo que é bom acaba rápido

Depois de quase um ano sem dar as caras, sem escrever, por que ainda não sei, falta de tempo seria a desculpa perfeita embora ainda o tempo me faltasse devido à carga horária que estipulei para exercer meu estágio, de acordo com a paixão que surgiu por aquele trabalho, minha dedicação se tornou farta, queria viver somente para trabalhar e trabalhar somente para viver.
Que tempo curto esse que durou o estágio, não é a toa que é chamado de estágio, e quem dera o estágio fosse eterno pois eterno seria minha paixão por ir lá e trabalhar. Não era sacrifício carregar montanhas de processos para cima e para baixo, cadastrar números e diligências também não me fazia mal, às vezes eu usava como auxilio um carrinho, que quando vazio adorava manuseá-lo, me sentia uma verdadeira criança. Com tanto trabalho eu ainda tinha tempo para me sentir uma criança, ó que escolha péssima e hora errada para isso, no entanto sempre cumpri com minhas tarefas, fazia mais do que deveria fazer e sabe de uma coisa, eu nunca me importei, pois queria mesmo era saber cada dia mais fazer coisas novas, eu adorava aquilo me deixava admirada, eu cadastrava os processos e em um e outro eu lia uns trechos, aquilo me alimentava a alma, a imaginação era plena.
O tempo foi passando eu fui gostando de carregar processos, de ler os fatos, de cadastrar diligências, de levá-los com carinho a alguém que está esperando, de pegar um atendimento ou outro, fazer uma ligação, escutar a voz aflita de alguém que implora por ajuda desse sistema público regido por legislação, de conversar aos fins de tarde após um longo e corrido expediente sobre o dia e sobre o que será do restante da semana com um colega de trabalho. Finais do mês lotavam nossa sala, era trabalho para todos os lados, pessoas pedindo socorro dentro do próprio sistema que trabalhávamos a paciência e a dedicação me fizeram amar cada atividade que eu fazia, cada êxito que eu concluía no sistema.
Amava a segunda feira, ia sorrindo trabalhar, não via à hora de começar o expediente, almoçava correndo para logo fazer os cadastros, as conversas no telefone duravam um pouco além da conta eu sempre me culpava, no fundo não precisava, tinha dias que chegava mais cedo e fazia até tarefa que não era minha. Já trabalhei doze horas direto, sendo a primeira a chegar ao prédio e talvez uma das quartas ou quintas a sair, me senti tão feliz aquele dia por ter dado meu máximo e meu melhor. Era desse estágio que minha felicidade se alimentava ao longo de uma semana critica, que me assombrava ir à escola, embora fosse e cumprira minhas obrigações por lá também.

Não posso dizer que me sinto vazia, em nenhum momento, pois esse estágio me encheu de energia, me encheu de esperança, me abriu os olhos, me fez acreditar e saber de certas coisas da vida que eu jamais aprenderia senão houvesse esse contato prático com uma atividade. E me sinto grata, a todas as pessoas que participaram dessa fase maravilhosa, das pessoas com as quais trabalhei extremamente exemplares e que obtiveram total influência sobre atuais pensamentos formados por mim.  Hoje depois de cinco meses sem exercer nenhuma dessas funções me restou a saudade. Pois quem dera o estágio fosse eterno. Tudo que é muito bom dura pouco, ou eu diria que dura o tempo necessário para saber o seu real valor.
J G M 

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